A exoneração de Ozano Brito, oficializada nesta segunda-feira (07), representa mais do que uma simples saída de um aliado: simboliza uma ruptura que aprofunda o desgaste da atual gestão municipal em Gravatá. Ozano, que ocupava cargo comissionado desde 2021, era reconhecido como um dos principais articuladores políticos do governo Joselito Gomes.
Em nota pública, Ozano fez questão de reforçar seu compromisso com a boa política e a gestão eficiente ao longo dos últimos quatro anos. Relembrou sua caminhada ao lado de Joselito desde 2016, quando o convidou a ingressar no PSB, e sua atuação direta nas campanhas vitoriosas de 2020 e 2024 — esta última já filiado ao Avante.
“Entendo que cumpri com o meu ofício, portanto, chegou a hora de fechar o ciclo neste governo”, afirmou em tom de despedida. O ex-prefeito agradeceu aos que confiaram em sua atuação e, em tom apaziguador, pediu desculpas por eventuais posturas mais firmes, dizendo que tudo foi feito em nome do bem coletivo.
Nos bastidores, porém, a saída de Ozano é vista como um golpe duro para a gestão de Joselito Gomes, que perde um de seus últimos pilares de sustentação política. Ozano era mais que um conselheiro — era o elo entre governo e setores estratégicos da sociedade gravataense, além de ser uma figura capaz de dialogar com vereadores e lideranças políticas com desenvoltura.
Com sua saída, o prefeito Joselito passa a enfrentar um cenário mais adverso. A base política já vinha dando sinais de desgaste, e agora, sem o suporte de Ozano, o governo fica mais exposto às críticas e à pressão crescente do Legislativo. Vários vereadores têm intensificado a fiscalização sobre o Executivo, o que aumenta a sensação de isolamento político no Palácio Joaquim Didier.
A exoneração também repercutiu entre antigos aliados. O ex-secretário de Obras, Ricardo Malta, comentou a nota de despedida com um tom de lamento e crítica direta à condução da gestão.

“Me solidarizo com o companheiro. Infelizmente estão jogando no lixo todo um trabalho feito em equipe!!!”
A saída de Ozano pode ser um divisor de águas para a gestão Joselito. Com o fim desse ciclo, o prefeito terá que demonstrar capacidade de articulação própria, justamente num momento em que a confiança pública no governo já não é mais a mesma de quando assumiu o mandato.